As nossas Emoções e Autopercepção

 Quando se trata de outras pessoas, agimos como uma espécie de leitores de mentes. Isso nos faz crer que o conhecimento sobre nós é surpreendentemente óbvio e fácil quando a avaliação é feita por alguém de fora – algo muito mais fácil do que para nós, que podemos nos observar por dentro. Estranhos são surpreendentemente bons em adivinhar coisas sobre nós, que às vezes desconhecemos. Como consequência, em geral, temos dificuldade de compreender como os outros nos veem.

A lacuna entre a autopercepção e o ponto de vista dos outros varia entre cômica e delicada. É estranho, por exemplo, quando uma pessoa não consegue enxergar que os outros não têm a mesma opinião favorável sobre os méritos dela. Às vezes, somos forçados, por pessoas ou eventos, a transmitir uma imagem muito mais humilde de nós mesmos. Tem casos em que, sem perceber, esgotamos a paciência do outro ou não nos damos conta de que estamos roubando os holofotes de outras pessoas. Podemos passar a impressão de arrogância ou excesso de modéstia, sem nos darmos conta.

Acreditamos que a questão nessa realidade não é que os outros estão sempre certos. É mais útil focarmos em saber como impactamos as outras pessoas, pois isso nos permite fazer ajustes. Quando entendemos como somos percebidos, podemos mudar, se isso fizer sentido para nós. Essa autopercepção nos dá uma ideia clara e fresca da natureza característica da nossa personalidade, daquilo com que precisamos tomar cuidado e de quais poderiam ser nossas prioridades e nosso potencial, tanto na vida pessoal, quanto profissional.

Só caminhamos de mãos dadas com a autopercepção quando aprendemos a ser mais presentes e abertos aos acontecimentos, aos pensamentos e às emoções do nosso dia a dia. É com essa atenção plena que nossa mente se torna capaz de ganhar elasticidade e amplitude, qualidades essenciais para tomar decisões mais sábias e com compaixão… Um convite a uma vida emocional mais paciente e inteligente.

Texto da The School of Life

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