Para alguns de nós, aqueles para quem a alegria não vem facilmente e para quem a tarefa de viver feliz pode parecer uma tarefa altamente árdua, existe um pensamento que é mais assustador do que qualquer outro, um pensamento que nunca ousaríamos admitir para qualquer pessoa. Um pensamento que, no entanto, pode ser extremamente importante honrar de vez em quando, a fim de suportar a escuridão e as dificuldades da existência: talvez você esteja, do seu jeito especial, um pouquinho maravilhosa.

O terror pode ser imediato. E se alguém ouvisse! E se alguém soubesse que uma noção tão arrogante, imprudente e totalmente equivocada passou por nossas mentes?

Nós, que estremecemos diante do próprio reflexo, somos especialistas mundiais em nossa própria horribilidade. E, no entanto, é claro, esta não pode ser toda a história. Provavelmente podemos ser muito engraçados às vezes. Temos uma maneira distinta de ver as coisas. Somos bem elegantes de um ângulo específico. Temos algo a acrescentar, não somos simplesmente um impedimento, um problema ou um constrangimento.

A dificuldade mais latente é que alguém precisa nos achar um pouco maravilhosas antes que o pensamento nos pareça aceitável – e para alguns de nós, sempre faltou o incentivo certo. Ficamos descontentes conosco, como consequência de termos desagradado ferozmente os outros há muito tempo.

Não deveríamos permitir que tal absurdo perdurasse. Quanto mais nos conhecemos e entendemos os detalhes das nossas mentas, das questões psicológicas, ficamos com a clareza de que todos no planeta são, à sua maneira, em alguns pontos, distintamente adoráveis. Um pensamento ocasional sobre nossa própria maravilha pertence à saúde; é o direito de nascença de todo ser humano. Você não está perdendo a cabeça. Você não precisa estremecer. Você pode se sentir – por um momento ou dois – um pouco maravilhosa. Não contaremos a ninguém, prometemos.

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