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Suficientemente bom é bom o suficiente

Suficientemente bom é bom o suficiente

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Altas ambições são nobres e importantes, mas também pode chegar uma hora em que elas se tornam a fonte de pânico desnecessário e problemas terríveis.

Se tem um momento na vida em que temos a oportunidade de deixar essa busca pelos mais altos padrões de lado, é agora. Não precisamos fingir ser quem não somos e podemos nos mostrar vulneráveis, longe do ideal perfeccionista. Agora não temos mais o FOMO (Fear of Missing Out – Medo de ficar de fora)

Nos anos 1950, um psicanalista britânico chamado Donald Winnicott, especializado em relações entre pais e filhos, elaborou uma forma de minar nossos ideais mais imprudentes e nosso perfeccionismo. Em sua percepção, o desespero dos pais era consequência de um perfeccionismo cruel e contraproducente. Assim, para ajudá-los a diminuir isso, Winnicott desenvolveu um termo encantador: o que chamou de “pai suficientemente bom”. Ele conhecia o fardo representado pelo perfeccionismo.

O conceito de “suficientemente bom” começou com relação à paternidade, mas o termo pode ser aplicado à vida em geral, especialmente em torno de trabalho e amor.

Uma relação pode ser “suficientemente boa” mesmo quando tem seus momentos muito ruins, incluindo épocas de pouco sexo e muitas brigas. Pode haver grandes áreas de solidão e falta de comunicação, mas nada disso deveria nos fazer sentir esquisitos ou anormalmente azarados. Ela pode ser boa o suficiente.

Da mesma forma, um trabalho “suficientemente bom” será muito tedioso algumas vezes, não usará perfeitamente todos os nossos méritos ou não ganharemos uma fortuna com ele, mas podemos fazer amigos verdadeiros, ter momentos de empolgação legítima e terminar alguns dias cansados, mas sentindo uma profunda realização.

É preciso ter muita coragem e habilidade para manter uma vida muito comum. Perseverar-nos em meio aos desafios de amor, trabalho e filhos é um ato heroico. Talvez devêssemos, com mais frequência, fazer uma pausa para reconhecer, de uma maneira muito real, que nossas vidas são suficientemente boas e que isso, por si só, já é uma conquista muito grandiosa.

 

Texto: The Book of Life

By The School of Life

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