01/19/2023
O Que o Teste de Carl Jung Nos Ensina
Uma das descobertas mais significativas do início do século 20 foi uma parte da mente que agora chamamos de “o inconsciente”. Chegou-se a uma observação adequada de que o que sabemos de nós mesmos na consciência comum forma apenas uma parte do que realmente está em jogo dentro de nós, e muito do que realmente queremos, sentimos e somos não está na ponta dos dedos em nossa mente, mas fica em uma penumbra de ignorância, fantasia e negação que só podemos esperar dissipar com esforços pacientes e compassivos, provavelmente com a ajuda de um analista.
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“A Interpretação dos Sonhos” de Sigmund Freud, publicado pela primeira vez em Viena em 1900, foi um marco no estudo das engrenagens desta região inconsciente.
Praticamente ao mesmo tempo, 700 km a oeste, após a fronteira com a Suíça, outra figura pioneira no início da psicanálise, Carl Jung, adotou uma abordagem complementar, mas mais direta e provavelmente mais robusta. Seguindo Freud, Jung acreditava que a cura e o crescimento exigiam que aprendêssemos a desfazer nossos nós mentais e apreciássemos mais completamente nossas identidades complicadas, às vezes surpreendentes, mas reais.
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Em conjunto com o colega Franz Riklin, em 1904 ele desenvolveu o que considerava uma técnica mais confiável, que chamou de Teste de Associação de Palavras. Nele, médico e paciente deviam se sentar um de frente para o outro enquanto o médico lia uma lista de 100 palavras. Ao ouvir cada uma, o paciente tinha de dizer a primeira coisa que vinha à mente. Era vital para o sucesso do teste que o paciente tentasse nunca demorar para falar e se esforçasse para ser extremamente honesto em relatar no que estava pensando, não importando o quanto vergonhoso, estranho ou aleatório pudesse parecer.
Jung e o colega rapidamente perceberam que tinham chegado a um método extremamente simples, mas altamente eficaz, para revelar partes da mente que costumavam ficar relegadas ao inconsciente. Pacientes que, em conversas normais, não faziam alusões a alguns tópicos ou preocupações rapidamente – em uma sessão de associação de palavras – deixavam escapar aspectos cruciais de seus verdadeiros “eus”.
Embora tenha sido feito para um clínico interpretar, podemos ganhar muito ao fazer o teste por conta própria e analisar nossas reações e hesitações de acordo com o que sabemos de quem somos. Podemos ser ambivalentes sobre o autoconhecimento, mas essencialmente também estamos em uma excelente posição para fazer progresso; em nossos momentos mais honestos, sabemos muito sobre onde os corpos estão enterrados.
Podemos usar as 100 palavras de Jung como um guia provocador para regiões de nossa experiência que até hoje não tivemos coragem de explorar – mas que podem ter a chave para nosso desenvolvimento e prosperidade futuros e, claro, onde deixamos o teste em branco e decidimos que ele é uma grande bobagem é que deveríamos prestar mais atenção.
Confira a lista:
Cabeça
Verde
Agua
Cantar
Morte
Homem
Navio
Contar
Janela
Virgem
Mesa
Perguntar
Vila
Frio
Animal
Dançar
Mar
Doente
Orgulho
Igreja
Tinta
Ruim
Agulha
Nadar
Viagem
Azul
Samba
Errar
Pão
Rico
Árvore
Caminhar
Pena
Amarelo
Montanha
Surpresa
Sal
Novo
Moral
Falar
Dinheiro
Morrer
Pão
Desprezar
Dedo
Caro
Gato
Cair
Livro
Comunhão
Sapo
Separar
Fome
Livro
Criança
Cuidar
Lápis
Triste
Herói
Casar
Casa
Querido
Vidro
Brigar
Pele
Grande
Relação
Pintar
Parte
Velho
Flor
Bater
Alma
Praia
Família
Lavar
Vaca
Guia
Sorte
Mentir
Sofrer
Estreito
Irmão
Temer
Mulher
Falso
Angústia
Beijar
Sete
Puro
Porta
Votar
Noiva
Contente
Cruz
Dormir
Mês
Lindo
Mãe
Promessa