Como ser interessante

Muitas pessoas anseiam ser mais interessantes, criar conexão com o outro, ter conversas realmente transformadoras… A questão é como conquistar tudo isso. Tendemos a associar, e com razão, o “ser interessante” com atingir algo diferente do comum, poder oferecer ao outro algumas histórias e ideias intrigantes. Mas qual seria a melhor forma de conseguirmos isso? 

Uma tese prestigiada nos diz que um caminho é tentar, o máximo possível, ler livros e artigos novos e elogiados, ir a lugares remotos e fazer amizade com pessoas de destaque nas artes e nos negócios. Isso, certamente, nos ajuda a sermos diferentes, mas ignora totalmente que, antes mesmo de lermos um livro, irmos a um país estrangeiro ou conhecermos um ganhador do prêmio Nobel, todos somos interessantemente diferentes. O problema é que não nos permitimos nos retratar assim. 

Para ter um gostinho deste nível preexistente de originalidade, imagine se colocássemos um microfone na nossa mente e ouvíssemos com atenção o que ela tem a dizer. Teríamos a chance de encontrar informações surpreendentes e autenticamente chamativas, perceberíamos, por exemplo, que somos atraídos por algumas pessoas muito inesperadas, muitas vezes do tipo por quem não teríamos sentimento algum. Talvez, possamos perceber, que temos algumas visões hilariantemente pessoais e chocantes sobre a política e a sociedade — e que não concordamos com a maioria dos padrões que a mídia nos propõe. Nossos medos e nossas ansiedades, esperanças e empolgações mostrariam um padrão diferenciado e cativante. 

Embora nos recusemos a admitir a nós mesmos e a outras pessoas, já somos um personagem real. Antes de nos preocuparmos demais com parecermos normais, um dia, já fomos muito fascinantes. Aliás, todos são interessantes, todo mundo pode aprender como ter melhores conversas e desfrutar delas. As chamadas “pessoas interessantes” são simplesmente aquelas que se permitiram escutar a si mesmas e compartilhar com os outros uma seleção do que realmente se passa pela sua mente. Na The School of Life acreditamos que, no fundo, ninguém é entediante. As pessoas só não são editadas adequadamente.

Texto: The School of Life

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