06/14/2022
Autoconhecimento
Como descobrir o que você realmente está pensando
É um dos grandes paradoxos da vida mental: muitas vezes, não conseguimos identificar nosso verdadeiro sentimento sobre questões importantes. Em vez disso, pensamos – por exemplo – no caráter de um amigo, no próximo grande passo que daremos na carreira ou em nossa opinião sobre um incidente na infância… Todas as nossas conclusões sobre tópicos tão cruciais permanecem trancadas dentro de nós, mas inacessíveis a nossa consciência comum.
Acabamos operando com imagens superficiais e enganosas de nossos ânimos e objetivos. Podemos nos conformar, por pressa ou medo, com a resposta mais óbvia: nosso novo amigo é muito gentil, devemos tentar o emprego que paga mais, nossa infância foi “divertida”.
Ignoramos nossa verdade antes de mais nada porque não estamos treinados para encará-la; ninguém nos diz que precisamos ter a paciência e a disposição de um pescador enquanto esperamos à margem do rio profundo da mente. Fomos criados para agir rápido, presumir que sabemos de tudo imediatamente e ignorar que a consciência tem camadas – e o material mais rico e fiel pode estar nos níveis mais baixos.
Além disso, podemos hesitar porque as respostas que surgem de qualquer descida às profundezas e a subsequente comunhão com nosso piloto interno podem parecer conflitantes com as expectativas definidas que temos de nós mesmos à luz do dia. Pode ser que não amemos de verdade quem deveríamos amar ou ficamos com medo ou desconfiados de alguém que nos pressiona a confiar nele, ou mesmo ficamos profundamente comovidos e solidários com uma pessoa que mal conhecemos. A natureza profundamente desafiadora de nossas conclusões nos mantém afastado de nosso santuário interno. Priorizamos uma sensação de normalidade e preterimos as constatações assustadoras do nosso verdadeiro “eu”.
Os passos que precisamos dar para nos entendermos não são especialmente complicados. Precisamos separar um tempo, pelo menos uma vez por dia, para ficar bem parados e quietinhos em algum lugar, provavelmente na cama ou quem sabe no banho, para fechar os olhos e voltar nossa atenção para um dos muitos tópicos confusos ou nebulosos que merecem reflexão: um parceiro, um desafio no trabalho, um convite, uma viagem futura, uma relação com o filho ou pai. Precisamos de um momento para acharmos nossa real preocupação. Então, desconectados da estática comum, devemos abordar a questão e nos perguntar com uma inocência incomum: “O que tem para mim aqui?” Com o parceiro, desafio no trabalho, convite ou desacordo em mente, devemos sussurrar baixinho: o que realmente achamos? Qual é a verdadeira questão? O que realmente está acontecendo? O que está em jogo?
Devemos – e isso soa um pouco irrealista – perguntar a nós mesmos o que nosso coração diz ou o que a intuição está tentando articular. Estamos lutando para acessar uma parte sincera da mente que muitas vezes é esmagada pelas ordens agressivas e apressadas do nosso “eu” executivo conformista.
Quase com certeza veremos que, de um jeito quase místico, as respostas já estão nos esperamos, como as estrelas que estavam presentes o tempo inteiro e só precisavam do anoitecer para aparecer no céu. Já sabemos – muito mais do que presumimos – de quem devemos ser amigos, o que é bom ou ruim para nós e qual é nosso propósito neste mundo.
Só precisamos de alguns momentos no escuro, às 11 da noite ou 5 da manhã, para vagar pelos corredores da mente profunda usando a consciência como lanterna e perguntar: “O que tem para mim aqui?” Sairemos disso tão sábios e conhecedores quanto já somos.
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