Voltar
A Mãe Filosófica

A Mãe Filosófica

Nossas sociedades têm uma relação extremamente sentimental com a maternidade – e, portanto, involuntariamente de muita cobrança. É uma visão que se concentra nos pontos altos, editando os problemas com habilidade. Na The School of Life, acreditamos que se deve aceitar de bom grado e sem culpa que, é claro, ser mãe (e pai) é maravilhoso e difícil, recompensador e exaustivo, emocionante e, às vezes, extremamente entediante. Nenhuma sociedade moderna já foi completamente sincera sobre essa profunda e estranha dualidade.

Precisamos reconhecer e avaliar de maneira muito mais indulgente e generosa os desafios de se criar filhos, encontrando uma maneira suave de manter a tranquilidade em torno de uma das tarefas mais árduas – e no entanto mais profundamente gratificantes – do mundo.

 

A Mãe Suficientemente Boa

Donald Winnicott, psicanalista inglês de meados do século 20 especializado em trabalhar com pais e filhos, ficou desconcertado com a frequência com que recebia em seu consultório pais profundamente decepcionados consigo mesmos. Eles sentiam estar falhando como pais e, como resultado disso, se odiavam profundamente. Sentiam-se envergonhados pelas brigas ocasionais, as explosões de raiva, os momentos de tédio junto ao próprio filho, os muitos erros. Eram assombrados por uma variedade de questionamentos ansiosos: estamos sendo severos demais, lenientes demais, protetores demais, protetores de menos? O que chamou a atenção de Winnicott, no entanto, era que aquelas pessoas quase sempre não eram maus pais. Conforme algum padrão ideal fantasioso, não eram mães e pais perfeitos, mas eram – como ele veio a estabelecer, com maestria – “suficientemente bons”.

E, estranhamente, uma mãe suficientemente boa é ainda melhor do que perfeita, porque a criança viverá o resto da vida em um muito muito imperfeito. Não conseguimos continuar se dependermos daqueles que nos rodeiam, vivendo de acordo com os mais elevados ideais imagináveis. A mãe suficientemente boa às vezes fica furiosa, estúpida, um pouco injusta, um pouco cansada ou um pouco deprimida. Haverá atrasos, confusões, erros, explosões de irritação – e sempre (ou quase sempre, o que é suficiente) uma base de profundo amor e boas intenções.

By The School of Life

Compartilhe este conteúdo

Conteúdos Relacionados