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A arte esquecida do pensamento estratégico

Somos mestres na arte da execução, mas parecemos principiantes desajeitados quando se trata de pensar em estratégia. Encaramos com entusiasmo o “como”, mas evitamos quase sempre a questão crucial: “Afinal, o que estamos fazendo aqui?”.
 
A mente humana é muito inclinada para a ação, mas fazer isso sem pensar pode acabar nos acorrentando a um destino escolhido às pressas e sem um propósito claro, que talvez não mereça o esforço de uma vida inteira.
 
A evolução da nossa espécie não nos preparou para um mundo onde a felicidade, e não apenas a sobrevivência, se tornou o objetivo. Para nossos ancestrais, contudo, os objetivos estratégicos eram óbvios: encontrar comida, se reproduzir, sobreviver ao inverno. Os desafios estavam todos na execução: fabricar ferramentas melhores, encontrar recursos, se defender das ameaças.
 
Somos, por natureza, extremamente hábeis em superar obstáculos para alcançar um objetivo, mas estranhamente resistentes em parar para questionar se esse objetivo é o correto. A trágica consequência disso? Nos esgotamos para cumprir esses objetivos, escolhidos sempre às pressas, perseguindo cronogramas e metas cada vez mais ambiciosas, apenas para descobrir – às vezes após uma vida inteira de trabalho – que estávamos mirando o destino errado desde o início.

Foi somente na era moderna que pudemos pensar em buscar a felicidade e passar a escolher como viver, em vez de meramente sobreviver. Mas, para isso, as questões estratégicas se tornam essenciais – e perigosas de se ignorar.
 
No entanto, se perguntar sobre o sentido do que estamos fazendo é frequentemente confundido com negatividade. Pergunte para seus amigos coisas como “Para que serve o seu relacionamento?” ou “Por que queremos dinheiro?” e você corre o risco de parecer absurdamente pretensioso. Essas perguntas não deveriam ser incômodas, muito menos impossíveis de responder. Acumulamos experiências de vida valiosas – férias, relacionamentos, mudanças de carreira – que podem nos ajudar a lidar com dilemas estratégicos maiores sobre o próprio propósito.
 
O desafio aqui não é coletar mais dados, mas sim processar aquilo que já sabemos através da lente dessas questões mais amplas. Devemos ousar mudar nosso foco da execução para o da estratégia, do “como” para o “para quê?”. Ouse fazer as perguntas estratégicas que podem pertencer pretensiosa aos outros descartam como pretensiosas – seu “eu” do futuro agradecerá por você ter parado para questionar não apenas o caminho, mas o próprio destino.
 
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By The School of Life

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