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Pequenos Prazeres

Pequenos Prazeres

O famoso filósofo estoico, e senador romano, Sêneca, disse que “o vento nunca sopra a favor de quem não sabe aonde vai”. De fato, é muito importante saber o que nos importa, nossos objetivos, ter planos de longo prazo, que nos ajudam a tomar melhores decisões. Sem saber aonde vamos, podemos ficar à deriva, perdidos em prazeres imediatos que acabam nos distanciando de uma vida plena. Por outro lado, esses planos podem ser alguns dos maiores obstáculos à nossa felicidade genuína. Se focarmos demais no futuro, podemos esquecer dos pequenos e fundamentais prazeres que nos ajudam a ser felizes agora.

A pesquisa da Lancôme em parceria com a IPSOS sobre felicidade confirmou um dado que aparece repetidamente em estudos científicos sobre o tema: as pessoas tendem a achar que já foram mais felizes do que são agora. Na média, adultos acham que foram mais felizes entre os 25 a 30 anos de idade. No entanto, pessoas nessa faixa de idade acham que foram mais felizes alguns anos atrás (por volta dos 21, segundo a pesquisa). Ou seja, as pessoas tendem a achar que não são tão felizes quanto podem no presente. Isso porque sempre achamos que estamos “pagando felicidade” – focando em coisas que não nos fazem, necessariamente, felizes agora – para garantir nossos planos, que entendemos que nos farão mais felizes no futuro. Entre nossa aposta no futuro, e as saudosas lembranças do passado, o presente fica bem sem graça.

A pesquisa também mostrou que as pessoas sentem reais dificuldades que as impedem de serem felizes no presente. Entre as dificuldades mais comuns, foram citadas falta de tempo, obrigações familiares e profissionais e outras limitações – problemas concretos que podem nos afetar no dia a dia. Porém, quando a pesquisa perguntou sobre fatores pessoais que as impedem de serem mais felizes, 48% das pessoas disseram que não conseguem aproveitar o momento tão bem quanto deveriam, 46% disseram que frequentemente se esquecem do que são capazes, e 45% que não dão espaço suficiente para suas paixões. Apesar das dificuldades concretas, os entrevistados perceberam que há muito o que eles poderiam fazer para, mesmo assim, aproveitar mais da vida no momento.

Uma boa dica para isso é diminuir a escala de nossas ambições, para incluir os pequenos prazeres, os momentos singelos e felizes, que podemos aproveitar agora.

Repetindo, é muito importante termos planos de longo prazo, para tomarmos melhores decisões, com base naquilo que realmente importa. Porém, é um erro que a importância que damos às nossas ambições seja tanta a ponto de ofuscar nossa capacidade de sermos felizes agora. Os pequenos prazeres podem parecer pequenos preços a pagar por um futuro de grandes conquistas, mas não há motivo para renunciar a eles. É uma ilusão, um erro de nossa avaliação, que, diante de coisas mais importantes, atribuímos zero valor a coisas de menor importância. Mas o valor delas não é zero, e persegui-las não vai, necessariamente, atrapalhar nossos planos.

 

Pequenos prazeres são coisas como a alegria de um bom fim de semana em casa com a família, de uma refeição gostosa, de uma boa conversa, de um treino particularmente cansativo e bem realizado. É a soneca de uma tarde preguiçosa. É um dia que tiramos para uma atividade voluntária. É reparar no perfume, no sorriso, no cabelo. É pegar, ou ser pego, no colo. É passear com o cachorro. Não é que nos privamos dessas coisas sempre, mas é que dificilmente as registramos como uma realização. Como algo que podemos comemorar como uma ambição alcançada. Podemos pautar nossas vidas em planos ambiciosos, contando com grandes realizações para nos assegurar a felicidade. Mas são os pequenos prazeres que nos fazem felizes com mais constância e generosidade.

 

Embora os pequenos prazeres possam vir das mais diferentes formas, os mais marcantes, sem dúvida, são aqueles que vivemos com as pessoas que amamos, e que nos amam. A amizade é, talvez, a mais importante de todas as realizações para uma vida feliz agora. Novamente, a pesquisa da Lancôme em parceria com a IPSOS confirmou o que vários estudos em psicologia social vêm revelando há décadas: quando perguntadas sobre o que é, afinal, a felicidade, a resposta mais frequente foi: “amar e ser amada” – e por uma boa margem.

 

Como disse Aristóteles, a mais nobre função da amizade é ensinar, justamente, a virtude da amizade – ou seja, ensinar a amar e ser amado. As experiências que temos com nossos melhores amigos – sejam eles da família, nossos parceiros românticos, colegas de trabalho, ou quem forem – são mais do que só uma sucessão de pequenos momentos felizes, são a melhor escola para uma vida realmente feliz agora.

 

Texto criado especialmente em parceria com a Lâncome.

By The School of Life

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