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Você Ainda me Ama?

Você Ainda me Ama?

Nossa sociedade tem muita paciência com pessoas angustiadas no início de um relacionamento porque precisam saber se são amadas, mas muito menos tempo para aquelas que, já em relações de longa data, têm um anseio igualmente poderoso por saber se ainda são amadas. Um desejo incômodo por validação pode facilmente se passar por “carência” ou “desespero”, mas isso não significa que ela não seja ilegítima: é um impulso totalmente normal, e até saudável, de buscar saber o que o outro pensa. É necessário apenas encontrar uma maneira habilidosa e eficaz de fazer isso.

Sei que pode parecer irritante – e, sem dúvida, até um pouco desesperado…

Nunca somos insuportavelmente irritantes quando estamos cientes de que podemos o ser. Mostrar ao perigo que o notamos sugere que conhecemos o potencial para extremos e estamos determinados a evitá-los. Os verdadeiramente alucinados nem suspeitam que talvez o sejam: simplesmente insistem loucamente em sua normalidade.

É que preciso de validação – e não estou tendo.

Muitas vezes, seguimos um de dois caminhos quando não temos uma sensação de conexão: ou não dizemos nada, evitando um confronto por acharmos que não merecemos ser bem tratados (só que, então, ficamos amargos, frios ou temos um caso), ou explodimos em uma raiva incontida, acusando o parceiro de todo tipo de coisas extremas, o que torna dolorosamente fácil para nós sermos ignorados ou tachados de loucos. O negócio é parecer forte e, ao mesmo tempo, vulnerável.

Para mim, uma relação sólida é uma questão de sentir conexão – e comunicação frequente. Sou difícil em todas as áreas da minha vida e não quero ser nesta.

Uma dica, em algum ponto da mensagem, de que, embora queiramos muito ficar, não estamos prontos para pagar qualquer preço por isso; oferecer amor incondicional a alguém parece romântico, mas também é uma maneira garantida de sermos pisoteados.

Nunca deveríamos ser humilhados por sentir que o que nos deixa infelizes no amor é uma coisa “pequena demais” para nos preocuparmos: se nos machucou, é legítima. Precisamos construir nossa noção de que temos todo o direito de falar, pois é o que garantirá que façamos isso com compostura.

Eu te amo muito – mas sou alguém que precisa saber que queremos as mesmas coisas.

Muitas vezes, não perguntamos se somos desejados pelo puro medo do que poderíamos ouvir como resposta. No entanto, se uma relação realmente é tão frágil assim, é melhor nem estarmos nela.

É claro que entendo que temos estilos diferentes de relacionamento; não quero te pressionar injustamente.

Vale a pena indicar nossa ciência de que o amor pode se manifestar de formas diferentes; teoricamente, é compatível com o silêncio ou um interesse sexual mais modesto ou uma vontade constante de estar com os amigos ou jogar golfe, mas esses também podem ser sinais de uma distância que não é exatamente nosso estilo e que não temos uma obrigação inata de suportar.

Sou um tanto carente – e preciso de mais alguns sinais da sua parte.

É útil aceitar um termo pejorativo, torná-lo seu e triunfar sobre suas associações negativas injustas. As pessoas realmente frágeis não são aquelas que conseguem articular sua necessidade de validação, mas sim as que não conseguem aguentar os riscos da proximidade.

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Texto do The Book of Life

Tradução Lígia Fonseca

By The School of Life

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